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quinta-feira, julho 20, 2006

Arquitetura da informação para os que chegam agora

Arquitetura da informação para os que chegam agora

Louis Rosenfeld e Peter Morville foram autores pioneiros em arquitetura da informação para websites. O famoso livro com o urso polar na capa permanece atual e referência desde que foi lançado, em 1998.



Cinco exabytes (5.000.000.000.000.000.000 bytes) de informação nova foram produzidos no mundo. Isso em 2002! Isto equivale a uma pilha de livros que vai do Sol a Plutão ou 8 metros de livros para cada habitante da Terra. Estes dados da University of California at Berkeley (2003) também apontam para outro número igualmente surpreendente: a quantidade de informação nova produzida no mundo cresce a uma taxa de 30% ao ano.

Este é o tamanho do tsunami de dados que bate nas praias do nosso mundo civilizado e retrata o fenômeno da explosão da produção e distribuição de informação que revoluciona o mundo no final do século passado e início deste novo. Nunca se produziu e se distribuiu tanta informação na história da humanidade. “Uma edição do The New York Times em um dia de semana contém mais informação do que o comum dos mortais poderia receber durante toda a vida na Inglaterra do século XVII” (WURMAN, 1991).

A internet, a grande rede mundial de computadores, é o maior símbolo desta explosão informacional que vivemos. Conectando tudo e todos, esta rede é o meio de comunicação que mais rápido se expande na história e impregna-se na vida da nossa sociedade contemporánea. Segundo pesquisa da Netcraft, em 2004 já existiam mais de 58 milhões de websites oferecendo serviços e conteúdos informativos. Este número prossegue crescendo em velocidade surpreendente.

Esta explosão da informação causa um visível desconforto na maioria das pessoas. Bombardeada por incontáveis jornais, artigos, e-mails, relatórios, filmes e websites a mente humana não consegue absorver toda a informação hoje necessária à sobrevivência de qualquer trabalhador. Quantos jornais, revistas, artigos, livros, newsletters, blogs, sites você precisa ler por semana para se manter atualizado? Quantos filmes, documentários e programas você precisa assistir na TV? Quantos cursos você precisa fazer?

Este excesso de informação pode gerar a síndrome da fadiga da informação. Batizada pelo psicólogo británico Davis Lewis, esta síndrome é caracterizada por tensão, irritabilidade e sentimento de abandono causado pela sobrecarga de informação a que o ser humano está exposto. “Cobra-se do cérebro moderno o desempenho de um carro de corrida e, ao mesmo tempo, a constância e falta de manutenção de um carro de passeio.” DEL NERO (1997).

Para combater este sentimento de ansiedade Richard Wurman criou , em 1976, um novo objeto de estudo chamado de arquitetura de informação. Seu objetivo é organizar a informação de forma que seus usuários possam assimilá-la com facilidade e assim “tornar o complexo claro”.

A arquitetura de informação proposta por Wurman começou baseada na mídia impressa, principalmente na produção de guias, mapas e Atlas. Ela se estendeu para os mais diversos campos, desde imagens de radiografia até layout de museus. Porém uma área em que a arquitetura de informação está encontrando um campo enorme para explorar é a organização de websites.

Dentre os diversos tipos de problemas que podem afetar a usabilidade de um website muitos estão relacionados com a organização das informações que ele oferecidas. Falhas na organização dificultam a utilização de um website porque provoca nos seus usuários confusão, frustração ou até mesmo a ira. Quantas vezes você não se irritou com um site só porque não conseguiu encontrar o que precisava?
O livro do urso polar

ROSENFELD & MORVILLE (2002) citam a incapacidade de encontrar uma informação como um dos fatores que mais desagradam os usuários. Já em 2001, pesquisas do Nielsen Norman Group apontavam que 27% das causas de insucesso das vendas de um website de comércio eletrônico se deviam ao usuário simplesmente não conseguir encontrar o item que procurava. E segundo pesquisa da Vidence Research, ainda em 2001, uma má arquitetura de informação é a causa de cinco dos grandes sete problemas de usabilidade mais encontrados em websites.

Em meados dos anos 90, com o crescimento explosivo da web, surgiram as primeiras tentativas de aplicar os conceitos de arquitetura de informação no design de websites. Louis Rosenfeld e Peter Morville foram os pioneiros. Fundaram a primeira empresa a trabalhar exclusivamente com Arquitetura de Informação na web (Argus Associates) e lançaram o primeiro livro sobre o assunto (Information Architecture for WWW). Logo diversas agências web começaram a adotar a Arquitetura de Informação como uma disciplina essencial para o design de websites surgindo um novo profissional no mundo da internet, o arquiteto de informação.

A Argus não existe mais. Foi engolida por outro tsunami, a bolha da internet. Mas o livro que eles escreveram continua. Apelidado de “urso polar”, ele foi atualizado em uma segunda edição e hoje é praticamente uma bíblia para arquitetos de informação em todo o mundo.

Como tudo que é novo, a arquitetura de informação ainda tem muito por fazer. Precisa se explicar, se definir e provar sua importáncia. Ainda existem poucos livros que consolidam seus fundamentos, poucos trabalhos acadêmicos e poucos casos que medem os retornos de seus investimentos. Mas a cada dia ela vem se mostrando como uma ferramenta essencial para o design de qualquer site. Uma ferramenta que ajuda o usuário a encontrar a informação certa na hora certa e sobreviver ao tsunami que o afoga todos os dias. [Webinsider]

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